terça-feira, 20 de abril de 2010

Proposta 2 - Ricardo Reis




No que diz respeito a Ricardo Reis, médico de profissão e emigrado para o Brasil. Monárquico de convicções, deixou Portugal aquando a instauração da república. Outra característica de Ricardo Reis, era de ser latinista e de simbolizar a herança clássica na literatura ocidental. Este heterónimo aceita com calma e lucidez a relatividade e a fugacidade das coisas e a fatalidade do destino.
Este poema “Vem ter comigo, Lídia” é um dos poemas mais completos de Reis, que permite mostrar as suas características. No inicio do poema há um desejo epicurista de fruir o momento presente, depois há uma renúncia ao próprio gozo desse fugaz momento que a vida é bela, e no final há uma explicação dessa renúncia como única forma de anular o sofrimento causado pela antevisão da morte.
Na tipografia foi representado o rio, que sugere passagem, efemeridade e morte. A expressão “beira-rio” também demonstra o mesmo. Quando o rio desagua no mar, a vida desaba. “E sem desassossegos grandes” refere-se à inevitabilidade da morte. O poema está transcrito no céu. E assim, toda a paisagem é uma passagem, sem preocupações, eliminando as paixões e desejos, com uma paz e imperturbalidade de espírito, tudo característico da ataraxia. Não fosse essa a corrente filosófica de Ricardo Reis.

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